Crianças vegetarianas
Tenho alguns amigos da minha idade que nunca comeram carne, pois desde que nasceram foram alimentados na dieta vegetariana. Seus pais obviamente eram vegetarianos e os educaram de acordo com tal dieta, por questões éticas e também de saúde. Esses amigos são pessoas totalmente saudáveis e nunca apresentaram nenhum tipo de problema de crescimento e desenvolvimento relacionado à falta de carne na alimentação. Obviamente que na infância os seus pais se preocuparam em lhes fornecer todos os tipos de alimentos para que a desnutrição e a carência de ferro, proteínas, vitaminas não acontecesse. É fato que isso impõe um cuidado maios dos pais em relação à alimentação dos filhos, que deve ser mais criteriosa.
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Tenho também amigos da minha idade que são vegetarianos e têm filhos pequenos que estão sendo educados na dieta vegetariana. Eles consultaram pediatras e nutricionistas, que indicaram os seguintes cuidados:
Em relação às crianças, a principal preocupação é com a carência de ferro, cálcio, zinco, vitamina B12. Para começar, as crianças devem ser amamentadas por no mínimo 1 ano. O leite materno nutre e previne doenças. Esse é o primeiro passo para uma criança crescer forte e saudável. A partir do quarto mês as frutas podem ser acrescentadas à dieta do bebê: banana amassada, mamão amassado, maçã e pera raspadinhas. A partir do sexto mês a criança já pode ser alimentada com alguns grãos muito bem cozidos, como arroz e aveia em grão. Tudo isso sem sal e cozido com bastante água por pelo menos 3 horas, misturado à legumes amassados no garfo, como batata, cenoura, inhame, abóbora. A partir dos sete meses as leguminosas podem ser acrescentadas, como lentilha ou feijão azuki (mais fácil de digerir). Verduras como couve, espinafre, agrião e alface podem ser acrescentadas à papinha entre os 7 e 9 meses. Salsinha crua também deve ser utilizada, pois é muito rica em sais minerais e vitamina C. Você pode misturar também uma gema de ovo amassada na papinha duas vezes por semana para garantir a absorção de proteínas.
As crianças maiores se interessam por comidas coloridas e inusitadas. Uma dieta vegetariana para crianças pode ser extramamente saborosa e criativa. Além disso, todas as comidas que as crianças adoram, as chamadas “junkie foods”, podem ser preparadas sem carne. Hamburgueres de soja, cachorro quente com salsicha vegetal, pizzas com vários legumes… Elas na verdade deixam de ser pesadas como quando preparadas com carne, e passam a ser formas saudáveis de nutrir os pimpolhos. Se a dieta for somente vegetariana e não vegana, aposte nos ovos e leite para que eles tenham o nível de proteína necessário ao desenvolvimento. Acostumar a criança desde cedo a comer legumes, verduras e cereais, além de laticínios e ovos, evitará problemas de desenvolvimento. Convém, entretanto, acompanhar a taxa de vitamina B12 com exames de sangue anuais e se necessário fazer a suplementação.
Uma das grandes dificuldades das crianças vegetarianas é o mundo carnívoro que as cerca e assedia. Na escola, nas festinhas dos colegas e outros eventos sociais é possível que a criança se interesse pelos salgadinhos, pelo churrasco e outras comidas com carne. A solução para isso não é reprimir, mas expor as razões de porque ela foi criada no vegetarianismo. Explicar didaticamente as relações com os animais, fazê-la associar a vaquinha ao bife que está no prato das pessoas e sensibilizá-la para essa questão. As crianças facilmente entendem essas orientações, e se mostram solidárias à causa dos animais, bem mais que a maioria dos adultos. Para evitar que a criança passe vontade, alimente-a antes de sair de casa e ir à eventos sociais. Leve consigo ou com ela barrinhas de cereais, sanduíches naturais e frutas, caso não exista nenhuma opção vegetariana no local. Sempre prepare uma merenda gostosa e divertida, para a criança não acreditar que está em “desvantagem” frente a seus colegas que comem carne.
Uma criança vegetariana provavelmente se tornará um adulto sensível, solidário e com uma relação com a comida bem mais apurada e consciente.
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Um comentário para: “Crianças vegetarianas”
Marina
Boas ideias, sim é possível…